quarta-feira, 25 de junho de 2008

Corpo nosso de cada dia

O corpo me dá medo por causa do desejo. É o corpo estético que me faz sentir bonita ou feia. É o corpo desconhecido que me angustia. È o corpo repleto de prazer, de tesão difícil de controlar.
Não sei como ele é nem como funciona.
É o corpo duro, frio, amarrado pela ausência de toque, de carinho. É o corpo em pedaços (“vamos conhecer a trompa esquerda, depois o útero, ovários, testículos”) é o corpo que perdeu o riso, a brincadeira, o jogo da vida. Enfim, são tantos... E é único.
Muitas vezes desconhecido, desligado, recortado em vários pedaços.
Como falar dele? Do meu, do nosso, do corpo do outro. Das diferenças e semelhanças. Aprender a gostar, tratar e cuidar desse corpo. Através dessa fala tornar-se responsável por ele.
Mas como fazer tudo isto?
E a nossa vergonha?
Por onde começar?

Às vezes parece um novelo embaraçado sem ponta para puxar. Quem vai falar? O que dizer? O que perguntar? Tantas dúvidas chegam a provocar cansaço. Muitas vezes nos relacionamos com o nosso corpo como se fosse um estranho. Ele pertence ao trabalho, ao lazer, ao corre-corre, às doenças, às dores, às alegrias, a tristeza, a “moleza”. E não a nós.
Fonte: GTPOS – Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual. Sexo se aprende na escola.

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